Faminto, roto, ulceroso.
Um pobre pesia esmola
Junto ao palácio faustoso
De um ricaço gabarola
O rico veio ao portão
E gritou :- "Põe-te a mexer!"
Pega numa pedra do chão
E atira-a ao pobre.. Este ao ver
Tanta maldade a avareza.
Toma a pedra, mete-a ao saco
Com muita raiva a pensar
Que inda havia de rachar
A cuca daquele macaco...
Passaram anos.. O pobre
Passa na estrada e repara
Que é levado p´ra prisão
Por um crime sem perdão
O rico que o insultara.
Toma a pedra e diz então:
- "O ódio velho não cansa.
Tu vais aí como um cão.
Esta é a hora da vingança".
Mas qusando levanta a mão.
E vai a pedra atirar
prefere deitá-la ao chão.
desiste de se vingar.
Baixinho como em segredo
diz p´ra si falando só:
-"Eras rico e eu tinha medo
Agora fazes-me dó!".
Alberto Silva in made Penafiel
2 comentários:
Grande poeta é o povo... já dizia o outro!
Ricaço gabarola,
Que à pedrada, os pedintes corria
Ao negar a um pobre uma esmola
Do mal causado não desconhecia.
Sua riqueza empobrecia,
Por isso lhe pediam esmola
Ele para o pobreza contribuia
Sem vergonha continuava gabarola.
São verdade, de que muitos não gostam de ouvir.
Um abraço
Eduardo.
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