Os casos das pessoas que morrem sózinhas em casa sem ninguém que dê pela sua falta estão a evidenciar alguns dos traços mais negativos do Estado que temos.
Que as pessoas mais velhas são abandonadas por um Estado cada vez mais mergulhado na lógica do puro apreendimento fiscal, olhando para cada um dos portugueses como meros números, não é novidade. Os mais velhos são os que mais sofrem com a falta ou inoperância dos serviços de saúde.
São os que mais sofrem com o fim dos transportes hospitalares, com o fim dos postos médicos,com os medicamentos mais caros, com as listas de cirurgia intermináveis, com o desemprego prematuro.
São os que mais sofrem com um Estado incompetente que para o equilibrar os seus buracos financeiros saca à esquerda e direita sem olhar a quem.
Estes casos mostram porém mais : tribunais que se escondem em justificações inacreditáveis para fugir de serviço público, serviços estatais como o Fisco e a Segurança Social, incapazes de meter as pessoas à frente das suas imparáveis lógicas burocráticas; polícias tolhidos por uma mentalidade funcionalizada; empresas públicas ou onde o Estado tem posições estratégicas (como a EDP) sem pingo de sensibilidade social.
A solidão mata, mas um País assim mata muito mais.
1 comentário:
Com solidão se morre,
É triste viver com ela
Quem com gosto corre
Terá uma vida bela.
No campo viver alegre,
A colher rosas amarelas
Á sua amada entregue
Serem felizes junto delas.
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