Do Rio Douro ao Lago Niassa - Confidências de um Pescador/Marinheiro

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Zé Povinho

Pode para muitos não fazer qualquer sentido, mas que tem um enorme sentido lá isso tem.
Admira-se aquela figura que tem um fascinio muito particular.
Admira-se aquela figura ratona e muito risonha, de estatura atarracda, porte desajeitado, um verdadeiro simplório de sorriso duvidoso e de olhar matreiro e espertalhão.
Aquela cara bochechuda e muito cvorada logo denuncia ser um amigo da pinga. todo aquele aspecto condiz com o resto: camisa aberta mangas arregaçadas, colete desabotoado, mãos nos bolsos das calças atrogalhadas e botainas ferradas à prova de fogo. Chapéu às três pancadas, baixo e derribado por cima das orelhas, barbicha à moda intonsa de orelha a orelha, todo aquele ti+o respira saúde, boa disposição, felicidade na modéstia do seu viver.
Chamaram a esta figura única " Zé Povinho" e, como já adivinharam, é uma das criações mais interessantes do grande artista que foi Rafael Bordalo Pinheiro.

2 comentários:

Piko disse...

Todavia ficamos sem conhecer o outro retrato de uma burguesia que também existiria no tempo de Bordalo Pinheiro! Burguesia essa com descendentes que continuam, lastimavelmente, a portarem-se como os donos do mundo, porque já não se acomodam com uma parte!
Afinal, já se preparam para o assalto ao poder! Não é que não se esperasse, mas sabem que nada têm para oferecer e o Povinho vai amargar nos próximos tempos...
Mas, a luta continua, como gritam os egípcios no Cairo!

Edum@nes disse...

Zé povinho naquele tempo se dizia,
Que muitos, outros, faziam chacota
Assim,Rafael Bordalo Pinheiro vivia
Oriundo do povo por vezes sem cota.

Era, assim, a realidade,
De quem no mundo sofria
Por haver a deslealdade
Pão para o povo não havia.

Por causa da burguesia,
Que o povo nada tinha
Sem qualquer primazia
Ser o povo da mesquinha.