Do Rio Douro ao Lago Niassa - Confidências de um Pescador/Marinheiro

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Zé Povinho = continuação

Se foi assim que a Alemanha perdeu a Guerra. Mas infelizmente, também verdade que é assim que muitos deixam que quem nos des gorverna lhes façam. Não se importam nadinha!
A figura incomparável deste "Zé " toca muitas sensibildades, pois, talvez muitos saibam entendê-la. Embora o conhecido autor, irmão de outro grande vulto da pintura da época-Columbano- tenha nascido em 1846, em Lisboa e falecido em 23 de Janeiro de 1905. os usos e costumes de então ainda perduram.
O "Zé" continuou a ser por muitos anos o retrato fiel do povo humilde e trabalhador que sabia cultivar a terra e tirar dela tudo que de bom podia produzir. Ainda são muitos os que com eu, tenham nascido e vivido muitos anos em semelhante rusticidade, natural e deliciosa, que já passou à história. Que ficou dela? A lembrança que, por mais fiel que pretenda ser, não passará de uma lembrança.
A figura do "Zé Povinho" retrata, com um realismo brejeiro mas fidelíssimo, essa mesma lembrança.
Mesmo analfabeto sem conhecer um letra do tamanho de um carro de mato vivia a vida `asua maneira, restrita às suas minguadas larguezas. Talvez risse "para dentro" de muitos maganões doutorados na Faculdade da boa-Vida.
Para esses senhores, que pretendiam comê-lo por lorpa. o que o nosso Zé mais esperto do que os que julgavam sê-lo, tinha sempre a resposta adequada - o "manguito" - que feito com arte pelo seu braço forte e peludo, acompanhado por um "ora toma", valia mais do que qualquer sábio discurso.
Sim, o "Zé não sabia ler nem escrever. Nunca andara na escola e até seria capaz de pensar que ela não lhe fizera falta. Apesar disso ninguém lhe comia as papas na cabeça e quem lhas fizesse podia ter a certeza que um dia receberia a resposta. Em contas de cabeça ninguém lhe levava a palma.

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