Do Rio Douro ao Lago Niassa - Confidências de um Pescador/Marinheiro

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Contos Boémios

Os artistas do Jogo
Havia categoria e profissionalismo nos artistas das mais variadas profissões,  chamar-lhe-ei profissões, já que era o seu modo de vida.
Falar do João Ratão e de tantos outros que levavam a vida no chamado conto do Vigário, desde as cautelas víciadas às notas falsas,  inclusivé a venda de um avião bimotor da T.A.P. acabado de levantar voo no aeroporto da Portela.
Primavam e era uma questão de honra respeitarem-se no trabalho que exerciam. Formavam equipas de três ou quatro elementos e esparavam os combois vindos dos vários sítios do País, bem como Cacilheiros etc. etc.
Eram pessoas preparadíssimas para falarem a linguagem e as terras circunvizinhas dos clientes que abordassem ( Otário). Faziam-no de forma a que não houvesse estrilho (barulho) e só em casos de extrema necessidade para se safarem,  recorriam à violência.
Eram uns cavalheiros que respeitavam todos os outros desde os Jogadores da Vermelhinha aos Homens que viviam com as mulheres da prostituição os chamados chulos (Lisboa) ou azeiteiros (Porto).
Sabiam respeitar-se e quando pela noite se encontravam todos,jogando nas casas de jogos clandestinos,(os chamdos casinos ambulantes), ou ainda em pleno rua jogando à chapinha (duas moedas de escudo). Quando um ía ao teso, poderia a ficar a dever dinheiro, ou pedir emprestado, que logo que llhe fossivel arrumava a dívida, isso acontecia depois de ter perdido o Parro (relógio) ou a amarra (pulseira de ouro) etc.etc..
Digamos que se sabiam respeitar os compromissos das diversas profissões da vida artística.
Também os Folgadores (jogadores da Vermelhinha (Terno)) fazima o mesmo e os ditos companheiros (chulos sabiam exercer a sua profissão com certa dignidade e independência e muito raramente ou mesmo só em caso de extrema tesura (necessidade) .
Como se diz na giria: não à bem que sempre dure, ou mal que não acabe.
Mas tudo tem um tempo e isto começou a desmoronar-se .
Amanhã continua: Os Folgadores, as Garinas e a Judite e a Ramona .
Vou dedicar estes relatos muito especialmente ao Xará e Marinheiro Valdemar Alves já que as cenas começam a partir da Lisbia e é uma forma do o presentear com coisas  que ocorroria na sua amada Lisboa

2 comentários:

Valdemar disse...

Bom, isto escrito por "um agente infiltrado" que viveu muitos mais anos que eu "a vida airada"... TEM REALMENTE OUTRO SABOR!... Nota-se aqui não só a memória de elefante do Valdemar como também a fácil leitura destes episódios... Naquele tempo a farda da Briosa p'las ruelas de Lisboa dava-nos uma força incalculável que só quem a envergou a pôde sentir... Hoje resta-nos a escrita do Valdemar para podermos recordar aquilo que bom ou mau fez parte da nossa vida de marujo... Por issso cá espero ansioso P'LO PRÓXIMO CAPÍTULO!
Valdemar Alves

Valdemar Marinheiro disse...

Enquanto tinha previsto para hoje nova públicação optei por outra, pois a ansiedade é boa conselheira desde que seja controlada. Prometido é devido e eu cumpro.
Como seria bom acrescentarem algum episódio. E vocês terão tantos se calhar ter têm seguramente, mas não vos apetece abrir o saco. Mas quando nos libertamos ficamos mais seguros. Abraço e beijos para a vossa familia e abraços para todos sem excepção.Beijos apara as amigas idem idem aspas aspas.