Do Rio Douro ao Lago Niassa - Confidências de um Pescador/Marinheiro

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O Médico, o Coelho, e o corte da Reforma

Foi assim sem tirar nem por.
O Médico lá da minha Aldeia que se julgava omnipotente, um belo dia convidou o Esmael Serralheiro para uma caçada ao Coelho.
O Serralheiro tinha arranjado uma sua reformita de invalidez com habilidades com passagem pelo Hospital. Valendo-se de uma certa influência. Gessado tirou umas radiografias e foi o suficiente para ter conseguido a citada invalidez. " Já lá vão perto de 50 anos". Mas a grande verdade é que tinha saúde de ferro o que se veio a confirmar posteriormente, ou não seja aos oitenta anos ainda andava a ganhar uns dias como Pedreiro.
Mas o Serralheiro não era bom de assoar e então durante a caçada saíu um Coelho à cara do Serralheiro que prontamento disparou um tiro e o matou, oportunísticamente o Doutor Joaquim disparou dois a seguir e começou por reclamar o Coelho, a que o Serralheiro disse-lhe que o Coelho era dele e era ele que o iria comer, e enqunto teimavam o Serralheiro lá o ía metendo no cinturão. Azedou-se a discussão e o Médico que sabia da habilidade que o Esmael tinha conseguido arranjar começou por o ameaçar que caso não levasse o Coelho lhe iria cortar a Reforma, o que o Serralheiro lhe respondeu que fizesse o que quizesse mas o Coelho seria ele a o comer, porque foi ele que o matou.
Se melhor o disseram, melhor o fizeram o Serralheiro comeu o Coelho e o Médico cortou-lhe a Reforma de invalidez.
O Serralheiro que tinha sido reformado das Minas do Pejão, foi para outras as de Terramonte ainda mais duras e dali para Cobrador dos autocarros da  Gondomarense e depois da Reforma mais tarde, andou até aos 80 anos ainda continuou na biscatada.
O Médico já partiu à muito o Serralheiro apesar dos seus oitenta e dois anos,  ainda continua a dar e a distribuir a sua ruindade e que parece estar para durar. Tendo algumas coisas boas à mistura como é evidente.

1 comentário:

Tintinaine disse...

E pensava eu que ias falar no Coelho da Madeira! A proximidade da data fez-me incorrer no erro!