Do Rio Douro ao Lago Niassa - Confidências de um Pescador/Marinheiro

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A Minha Recruta na Armada

Foi na minha recruta que foram pela primeira vez ocupadas as novas Casernas em número de seis an Escola de Alunos Marinheiros em Vila Franca de Xira, como as Companhias eram sete, a minha que era a sétima teve de continuar numa velha caserna, o mesmo era dizer termos de continuar a fazer a Maca todos os dias a levantar o beliche e ainda por cima não ficar muito longe do Gabinete do Oficial de Serviço.
Ontem quando o Valdemar Alves num comentário referiu a propósito dos Putos de Lisboa trouxe-me à memória esta lembrança que aqui relato.
Era-nos transmitido como uma das coisas mais importantes a disciplina e o sossego depois do recolher etc.etc. isto permitiria a que a Companhia melhor comportada exibiria o Guião de bom comportamento.
O Sargento Fuzileiro Viegas da minha Companhia até nem dava muita importância a essas coisas, mas como é evidente, também não rejeitava e até apelava para que tudo fizessemos para obter uma boa classificação.
Mas nas casernas novas, logo na segunda semana um Puto Lisboeta resolveu fazer uma grandessissima cagadela no meio do quarto de banho.
Foram noites seguidas que duas companhias pela noite tinham de ir para frente do Gabinete do Oficial de Serviço de castigo e ameaçavam assim continuar enquanto não descobrissem o autor de tal façanha.
Bem tentaram, a palavra começou a passar de boca em boca, mas jamais descobriram o autor da proeza.
No fim da recruta, todas ou quase todos os recrutas sabiam, menos os intrutores e assim o filho da minha escola de que não me ocorre o nome, mas que foi para telegrafista e ficou em grumete nunca foi descoberto.
Isto foi a grande lição de unidade e muitas outras vezes a minha companhia foi para lá de Castigo, com um frio por vezes de rachar, mas nunca ninguém foi acusa pitos.
Talvez aqui começasse o tal, todos por um e um por todos.

2 comentários:

Tintinaine disse...

Felizmente a minha recruta e I.T.E. foi foram feitos durante a Primavera e o Verão. Também nos calhou esse castigo de passar horas em cuecas e, por vezes, de maca ás costas, formados em frente ao lodo de Vale de Zebro.
E só por causa de um "peidinho" na caserna depois de apagada a luz.
Os sargentos gostavam de mostrar a sua autoridade.

Valdemar disse...

Histórias assim já não as há... Hoje chamariam a PJ para desvendar o mistério "da grande cagada", iriam desbobinar o video de segurança... E depois ainda aparecia a cara do mangas no FACEBOOK... Hehehe!
Valdemar Alves